Tricolor sai perdendo por 2x0, mas Sérgio Alves faz três, Emerson pega pênalti, Robgol marca no final e o Bahia detona o Treze.
Num jogo simplesmente emocionante, o Bahia conseguiu vencer o Treze/PB, de virada, por 4×3, neste domingo, em Campina Grande, e voltou à zona de classificação do Campeonato do Nordeste 2002 – é o quarto colocado. Os grandes destaques do triunfo histórico foram o atacante Sérgio Alves, que marcou três gols, o goleiro Emerson, que pegou um pênalti, e o atacante Robgol, autor do gol que definiu a partida.
O torcedor do Bahia não vai esquecer tão cedo a partida deste domingo. O jogo vai ficar marcado na cabeça dos tricolores porque o seu time de coração tinha tudo para ser derrotado – saiu perdendo por 2×0, teve um pênalti contra si quando empatava por 3×3 e um jogador expulso no final da partida -, entretanto, com muita raça e garra, os jogadores superaram todas as adversidades, fizeram valer a mística e a tradição da camisa tricolor e conseguiram uma virada sensacional.
O Treze começou o jogo disposto a mostrar que, apesar de matematicamente eliminado do Nordestão, não seria presa fácil para o atual campeão regional. E conseguiu.
Se aproveitando dos espaços vazios na defesa tricolor, os donos da casa fizeram dois gols nos 27 minutos iniciais, ambos assinalados por Rogério Miranda, um dos melhores em campo.
Aos 14 minutos, Bebeto saiu jogando errado, na entrada da área. Rogério dominou, passou pelo próprio Bebeto e tocou no canto direito, na saída de Emerson.
Treze minutos depois, após grande jogada de Rodrigo, que matou no peito, passou por Chiquinho e chutou em cima da zaga, Rogério pegou o rebote e mandou para o fundo das redes.
O Tricolor não se abateu com o resultado adverso e começou a reação aos 33 minutos, com Sérgio Alves, que estava tendo uma chance no time titular devido à impossibilidade de Alan, contundido, jogar. O atacante recebeu bola de Nonato, na entrada da área e encobriu o goleiro Azul, fazendo o primeiro do Bahia no jogo.
O gol deu ânimo ao Esquadrão de Aço, que começou uma verdadeira blitz rumo ao gol de Azul. Aos 37 minutos, Robgol recebeu na área, passou pelo marcador e disparou um torpedo. A bola explodiu no travessão. No rebote, Preto trombou com Nonato e cabeceou fraco, nas mãos do goleiro.
Finalmente, depois de desperdiçar chances preciosas, o Bahia chegou ao empate, aos 42 minutos, mais uma vez com Sérgio Alves. Bebeto se redimiu da falha no primeiro gol do Treze e cruzou na medida para o artilheiro marcar, de carrinho.
Precisando da vitória a qualquer custo para se manter vivo no Nordestão 2002 e brigar pelo BI, o Bahia começou o segundo tempo mantendo a pressão sobre o Treze.
Logo aos seis minutos, Bebeto avançou livre pelo meio, entrou na área e, de cara com Azul, ao invés de chutar, tocou para Robgol, o que facilitou o corte da zaga.
Depois de perder sua melhor chance, o Bahia continuou partindo para cima, com o lateral Chiquinho, em duas boas investidas pela esquerda, invadindo a área. Na primeira, ele chutou e Azul espalmou. Na segunda, o jogador tricolor bateu para fora.
Quando estava melhor no jogo, porém, o Bahia relaxou em seu setor defensivo, aos 16 minutos, quando Rogério Miranda passou por Ramalho, na esquerda, e cruzou para Wendel (que acabara de entrar no jogo), livre de marcação, fazer o terceiro gol dos paraibanos. Um gol que parecia determinar a derrota Tricolor. Parecia…
Com a desvantagem, que resultaria na eliminação do Tricolor do campeonato, o técnico Bobô resolveu arriscar e colocou Mantena, no lugar de Daniel, e Kena, no lugar de Bebeto, – com as mudanças, o Bahia passou a ter quatro atacantes de origem no jogo – Robgol, Sérgio Alves, Nonato e Kena. A ousadia do treinador e ídolo da torcida tricolor deu resultado.
Aos 26 minutos, Ramalho desceu livre pela direita e cruzou. A bola passou por toda a área e sobrou para Kena, do outro lado. Ele fez um cruzamento fechado, a bola tocou no travessão e sobrou para Sérgio Alves, de cabeça, marcar seu terceiro gol na partida, o sexto no Nordestão 2002.
Apesar de todos os esforços, parecia mesmo que o destino do Bahia era amargar uma derrota e dar adeus ao torneio regional, quando o árbitro Márcio Bancilo marcou pênalti de Marcelo Souza em Capitão, aos 31 minutos. Parecia…
O próprio Capitão partiu para a cobrança, bateu forte, rasteiro, no canto esquerdo de Emerson, que voou e operou um verdadeiro milagre no estádio Amigão.
A intervenção do goleiro e capitão deu moral e serviu como uma injeção de ânimo nos outros jogadores tricolores. Kena foi um deles. O atacante fez uma bela jogada pela esquerda, passou pelo marcador, foi à linha de fundo e rolou para o meio da área. Preto furou, mas Robgol dominou a bola, deu um giro e chutou para fazer o gol de uma das vitórias mais suadas e sensacionais do Bahia em todos os tempos.
Para aumentar ainda mais a dramaticidade do jogo, Marcelo Souza ainda foi expulso por falta em Bill, aos 46 minutos – nada que pudesse estragar a festa tricolor em Campina Grande.
TREZE 3 X 4 BAHIA
Data: 24/03/2002
Horário: 16h
Estádio: Amigão, em Campina Grande
Árbitro: Mário Sérgio Bancilon (SE)
Auxiliares: Almidrovando da Silva Lima (SE) e Terêncio Santos dos Passos (SE)
Cartões Amarelos:
Treze – Adelmo, Rogério e Wendell
Bahia – Ramalho, Sérgio Alves, Róbson, Daniel, Preto, Marcelo Souza
Cartões Vermelhos:
Bahia – Marcelo Souza
Gols:
Treze – Rogério Miranda, aos 14 e 29 do primeiro tempo, Wendel aos 17 do segundo tempo
Bahia – Sérgio Alves, aos 33 e 43 do primeiro tempo e aos 26 do segundo tempo e Róbson, aos 38 do segundo tempo
Treze: Azul, Pavão, André (Róbson), Almir (André) e Bil; Adelmo, Doriva, Rogério Miranda e Rodrigo Tabata (Wendell); Marquinhos (Júnior) e Capitão. Técnico: Suélio.
Bahia: Emerson, Daniel, Valdomiro, Marcelo e Chiquinho, Ramalho, Bebeto, Preto e Sérgio Alves (Kena); Nonato e Róbson. Técnico: Bobô.