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Terra Nova, velha freguesia

No interior, Bahia bate o maior rival mais uma vez e reascende esperança de classificação na Taça Estado.

02 out 2005 | 20H45

Darino Sena

Na primeira vez de um Bavi na cidade de Terra Nova/BA, o Bahia manteve uma velha escrita, a de impor derrotas a seu maior rival em clássicos. É assim desde 1932, quando os clubes iniciaram a rivalidade.

Neste domingo, os gols de Jajá e Rafael sacramentaram mais um triunfo Tricolor sobre o rubro-negro, que descontou com Neto. Os dois times, em sua maioria, atuaram com atletas juniores, apesar de poderem escalar profissionais na competição.

O placar de 2 a 1 manteve as chances de classificação para as finais da Taça Estado 2005. O inusitado é que o Tricolor agora vai ter que contar com a colaboração do rival. É que além de vencer a Catuense, na próxima rodada, o Bahia vai torcer para o Vitória bater o Ipitanga, no Barradão. Só a combinação de resultados leva o esquadrão a mais uma final.

A atuação do técnico Carlos Amadeu foi decisiva para o triunfo do Tricolor. Quando o jogo estava empatado em 1 a 1, no segundo tempo, o treinador fez uma série de modificações que mudaram o comportamento do Bahia no jogo e o panorama da partida. O gol da vitória, por exemplo, sai de uma tabela entre Rafael e Vítor, dois jogadores colocados por Amadeu no segundo tempo.

O triunfo foi o segundo do Bahia sobre o Vitória no final de semana. Sábado, em pleno Barradão, o time juvenil do Tricolor venceu o ruval por 1 a 0, pelo Estadual da categoria.

O clássico deste domingo foi disputado fora de Salvador porque o Bahia, mandante, não quis arcar com as altas despesas e o consequente prejuízo para a abertura da Fonte Nova. Outra opção da cidade, Pituaçu está em reforma e também foi descartado. Terra Nova foi escolhida por um pedido da Federação Bahiana, que realizou rodada dupla lá este final de semana. Na preliminar do Bavi, o Ipitanga bateu a Catuense por 2 a 1.

O jogo

Só através das chamadas “bolas paradas” é que o Bahia assustou o Vitória no primeiro tempo. Logo aos seis minutos, após cobrança de escanteio, Jajá apareceu livre na área e, de cabeça, abriu o placar. Aos 22 min, em uma bela cobrança de falta. Dudu obrigou o goleiro Vítor a fazer grande defesa.

Com a bola “em andamento”, o Bahia pouco incomodou o rival. O Vitória teve mais posse de bola, foi mais ao ataque sem, porém, criar chances efetivas de gol, graças à segura atuação da dupla de zaga tricolor, formada por Tiago Leal e Jaílson.

O rubro-negro teve que contar com a sorte para igualar o marcador. Aos 38, Neto chutou de longe, mas a bola desviou no “montinho artilheiro” e enganou o goleiro Paulo Eduardo.

O segundo tempo começou com a mesma cara do primeiro. Vitória tomando a iniciativa e o Bahia marcando forte e se defendendo. O quadro mudou a partir dos 30 min.

O técnico Carlos Amadeu colocou os atacantes Leandro e Vitor, além do meia Rafel em campo. Saíram o zagueiro Tiago Leal e os meias Ancelmo e Rodrigo. As mexidas resultaram ainda numa mudança de esquema tático, do 3-5-2 para o 4-4-2.

Com uma postura mais ofensiva, o Bahia passou a ter mais posse de bola, movimentação e velocidade nos contra-golpes.

Após as mudanças do treinador, o gol demorou apenas quatro minutos para acontecer. Em contra-ataque rápido, Rafael ganhou dividida na raça. A bola sobrou para Vítor, que devolveu para o companheiro. Rafael dominou livre na área e bateu cruzado, na saída do goleiro.

Nos minutos finais, a missão de segurar o resultado foi facilitada para o Bahia com a expulsão do atacante Boliviano, do rubro-negro.

Bahia 2 x 1 Vitória
Data: 2/10
Local: Estádio Luís Eduardo Magalhães (Terra Nova)
Gols: Jajá, aos 6min, e Neto, aos 40min do 1º tempo; Rafael, aos 34min do 2º tempo
Cartão amarelo: Ancelmo, Felipe, Rodrigo, Thiago Leal, Marcelo Moreno, Adriano, Anderson e Uellinton
Cartão vermelho: Marcelo Moreno, aos 29min do 2º tempo
Renda: R$4.564,00
Público: 1.148 pagantes
Árbitro: Arilson Bispo Anunciação, assistido por Mick Santos de Jesus e José Carlos Oliveira Santos

Bahia: Paulo Eduardo, Felipe, Thiago Leal (Leandro), Jaílson e Climácio; Marcone, Caio, Dudu e Ancelmo (Vítor); Rodrigo (Rafael) e Jajá
Técnico: Carlos Amadeu

Vitória: Victor, Ademir, Wallace, Anderson e Dudu Paraíba; Neto, Uellinton, Fábio Lopes (João Diego) e Marcos Paraná (Advaldo); Adriano (Carlos Magno) e Marcelo Moreno
Técnico: Chiquinho de Assis