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Se segura rubro-negro: o BI-Campeão do Nordeste está de volta

Bahia aplica 5 a 2 no Cruzeiro e parte com moral para clássico contra arqui-rival, domingo, no Barradão.

22 maio 2002 | 22H23

Após amargar dois empates em suas primeiras partidas no Super Campeonato Baiano, o Bi-Campeão do Nordeste voltou. O Bahia mostrou que “voltou à realidade”, esqueceu o clima de comemoração pela conquista – pior para o Cruzeiro de Cruz das Almas, que sofreu com a sede de vitórias do melhor time da região e foi goleado por 5 a 2, na noite desta quarta-feira, na Fonte Nova.

Os gols do Esquadrão de Aço foram marcados por seu “trio-elétrico” de ataque – Nonato (2), Robgol (2) e Sérgio Alves. Destaque para o segundo gol do Tricolor, quando Daniel deixou dois marcadores “na saudade”, colocando a bola por entre as pernas de um deles, e cruzou na medida para Nonato, de cabeça, marcar. O outro gol de Nonato também foi uma pintura – o atacante deu um toque sutil, encobrindo o goleiro Pilão.

O Bahia só deslanchou no jogo e partiu para a goleada no segundo tempo, quando Bobô promoveu a entrada de Alan no lugar de Capixaba.

No primeiro tempo, o jogo foi difícil, o Tricolor produziu pouco em termos ofensivos e amargou um empate em 1 a 1.

O próximo jogo do Bahia acontece no domingo que vem – o clássico contra o Vitória da Bahia, no Barradão.

A partida

O jogo começou com o Cruzeiro todo atrás, fazendo uma forte marcação na sua intermediária defensiva, claramente posicionando para jogar nos contra-golpes. Por isso, o Bahia teve dificuldades de fazer jogadas na área adversária.

A primeira investida perigosa do Bahia só aconteceu aos 11 minutos – um belo chute de fora da área de Sérgio Alves, que explodiu na “forquilha” direita de Pilão.

Aos 16, o time visitante deu o troco. Após cruzamento na área, Valdomiro e Emerson perderam a dividida no alto para Fafá. A bola foi lenta em direção ao gol, mas encontrou Marcelo Souza, que, de meia-bicicleta, salvou o Bahia.

Aos 26 minutos, o Tricolor voltou a ter uma boa chance, novamente com Sérgio Alves – Pilão saiu jogando errado, o atacante interceptou a bola na entrada da área, mas chutou em cima do goleiro.

Mesmo não jogando seu melhor futebol, encontrando dificuldades em articular e criar jogadas no meio-de-campo, previsível nas jogadas ofensivas, o Bahia chegou ao gol, aos 33 minutos.

Após cobrança de escanteio da direita, Robgol cabeceou na trave. No rebote, Sérgio Alves, de voleio, mandou para o fundo.

O gol tricolor causou protestos do adversário – o técnico Aroldo chegou a invadir o gramado para reclamar do árbitro. Isso porque o assistente havia assinalado impedimento no lance, mas Aristeu Ramos resolveu assumir a responsabilidade e validou o tento.

Entretanto, o gol não teve o efeito esperado pela torcida na equipe tricolor. Ao invés de se animar e partir para cima, o Bahia se encolheu e permitiu que o Cruzeiro empatasse, aos 41 minutos.

Lulinha cobrou falta, a zaga tricolor parou e o zagueiro Ricardo, de cabeça, desviou para o fundo das redes.

No intervalo, vendo que o time estava mal, Bobô resolveu trocar Capixaba – que substituía Preto, machucado – por Alan.

A mudança deixou o Tricolor mais ofensivo. Alan melhorou a qualidade do passe no meio, deu mais mobilidade ao setor e passou a municiar com mais freqüência os atacantes, fazendo dupla com Sérgio Alves na armação das jogadas.

O gol não demora a sair, e veio através de uma jogada linda do lateral-direito Campeão do Torneio de Toulon com a Seleção Brasileira Sub-21, na França. Daniel passou por dois marcadores. Ricardo, um deles, viu atônito o jogador meter a bola entre suas pernas. Daniel foi à linha de fundo e cruzou na medida para Nonato, aos 10 minutos, fazer Bahia 2 a 1.

Após o gol, Daniel continuou infernizando a zaga cruzeirense. Aos 17 minutos, ele recebeu lançamento de Sérgio Alves na área, matou no peito e encheu o pé – Pilão fez grande defesa e espalmou para escanteio.

Depois da cobrança do esquinado, Alan dominou na área, bateu cruzado e Robgol fez o terceiro.

O Tricolor não se deu por satisfeito e foi em busca de mais um, conseguindo-o pouco mais de um minuto depois, e em grande estilo. Nonato recebeu na entrada da área e, na saída de Pilão, deu um toque sutil, encobrindo o arqueiro e fazendo um golaço.

Persistindo na pressão constante à meta de Pilão, o Tricolor conseguiu o quinto, com Robgol, aos 36 minutos, aproveitando cruzamento de Alan.

Aos 41 minutos, o Cruzeiro diminuiu a intensidade do “massacre”, com Fafá, convertendo um pênalti duvidoso assinalado pelo árbitro Aristeu Ramos.