O presidente do Esporte Clube Bahia, Marcelo Guimarães, enviou, nesta quarta-feira, uma carta ao diretor do departamento de arbitragem da CBF, Armando Marques, denunciando os erros de arbitragem durante toda a Copa dos Campeões em jogos do Tricolor, e que prejudicaram o clube baiano – motivo que levou o departamento jurídico do Bahia a entrar com pedido abertura de inquérito contra o árbitro da FIFA, Antônio Pereira da Silva, que pode ser suspenso por até 120 dias.

Antônio Pereira da Silva cometeu o mais grave dos erros contra o Bahia, na partida com o Paysandu, em Belém, pelas quartas-de-final da competição, no último domingo. Pereira marcou pênalti inexistente a favor do time paraense, aos 47 minutos do segundo tempo – as cameras de TV mostram que a bola tocou no peito do zagueiro tricolor Accioly, dentro da área, e não em sua mão, como interpretou equivocadamente o árbitro.

As fitas com as imagens do jogo foram anexadas à petição de arbertura de inquérito contra Antônio Pereira da Silva, enviada pelo departamento jurídico do Bahia à CBF, na última quarta-feira. Os advogados do clube recorrem ao artigo 315 do Código Brasileiro Disciplinar do Futebol (CBDF), que rege o esporte no país. Tal artigo determina que, caso deixe de observar as regras do jogo, o árbitro está sujeito a uma pena de 30 a 120 dias de suspensão.

“Nossa equipe de futebol profissional perdeu prestígio, posição em ranking, exposição na mídia e dinheiro por conta do erro de Antônio Pereira da Silva. O clube considera que já está na hora dos árbitros serem responsabilizados pelos prejuízos que causam aos clubes quando conduzem uma partida de futebol de forma errônea. Eles não podem mais se esquivar das responsabilidades decorrentes de suas decisões”, disse Marcelo Guimarães.

Além da fita do jogo com o Paysandu, Marcelo Guimarães enviou a Armando Marques imagens dos jogos contra Atlético/MG e Vasco/RJ, pela primeira fase da Copa, que o Bahia venceu, mas foi prejudicado pela arbitragem. Contra os mineiros, o árbitro Paulo César de Oliveira anulou gol legítimo de Nonato, alegando impedimento. Contra os cariocas, Carlos Eugênio Simon, além de também anular gol legal de Nonato, apontando impedimento, não marcou pênalti claro sofrido por Robgol.

“A continuar a onda de erros que vêm marcando as arbitragens brasileiras, não restará um só clube para disputar com tranqüilidade os campeonatos oficiais por vir. O pior adversário não será o oponente em campo, mas sim a arbitragem, lamentável por si só”, finalizou o presidente.