Atletas que vivenciaram a passagem do técnico pelas div. de base confiam no trabalho do ex-craque e esperam ter mais chances em 2002.
Os jogadores do Bahia aprovaram a escolha de Bobô para comandar a equipe. Os mais animados são os atletas recém promovidos aos profissionais – Márcio, Dudu, Accioly, Jair e Luís Alberto -, além de Kena, Daniel, Léo Calegari, Valdomiro, Chiquinho e Fábio Costa, oriundos das categorias inferiores e que já faziam parte do grupo principal. O consenso entre eles é de que o ex- coordenador das divisões de base do clube vai apostar na garotada em 2002.
“O Bobô ter assumido o cargo é algo que nos deixa muito felizes. A gente se conhece há bastante tempo e ele é uma pessoa muito correta. Ele ter coordenado as divisões de base é, sem dúvida, um fator muito positivo para nós, mais novos. A gente deve ser melhor aproveitado no grupo de profissionais”, disse Kena, 19 anos, atacante revelação do Bahia no Brasileirão de 2001.
Bobô nas div. de base: trajetória de sucesso
No comando das categorias inferiores desde 2000, Bobô provocou uma verdadeira revolução no setor. Consciente de que a tábua de salvação dos grandes clubes é apostar nas jovens promessas, o ex-jogador implantou uma série de inovações no setor.
Uma delas foi a instituição de sete categorias, para que os atletas tivessem um acompanhamento especializado desde o dente-de-leite até chegar aos profissionais. Para isso, foi adotado o trabalho multidisciplinar – nutricionistas, pedagogos, pisicólogos, dentistas, enfim, uma série de profissionais qualificados passaram a assessorar os jogadores, melhorando a sua performance escolar e o seu rendimento dentro de campo.
Foi na administração Bobô também que o Bahia começou as obras de sua hotelaria para as divisões de base. Um complexo que, além de hospedar as jovens promessas, vai lhes proporcionar educação de qualidade, uma vez que uma escola também está sendo construída. O projeto está orçado em cerca de R$ 2 milhões. Quando concluída, em março deste ano, a hotelaria vai ter capacidade de abrigar mais de 120 garotos.
As inovações foram feitas, segundo Bobô, com o objetivo não só de formar o jogador de futebol, mas de melhorar as condições de vida dos garotos e forma-los como cidadãos.
Do ponto de vista técnico, Bobô montou uma rede de olheiros por todo o Nordeste, aumentou o número de participações do Bahia em competições e ajudou a colocar os jogadores Moreno Sol e Daylson na Seleção Brasileira Juvenil. Isso sem falar nos títulos e na revelação de atletas que já começam a se firmar como titulares da equipe principal, como Chiquinho, Daniel e Kena.
Bobô quer continuar acompanhando de perto o trabalho de seu sucessor nas divisões de base, Enaldo Rodrigues, ajudando, com seu prestígio e influência, em tudo o que for necessário.
Como se vê, pelo cuidado e competência com que coordenou as categorias inferiores, os atletas oriundos das div. de base tem mesmo é que estar felizes por terem Bobô como técnico.