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Entre os oito melhores do país

Jogando para frente, Tricolor empata com a Lusa e garante vaga nas oitavas-de-final da Copa do Brasil, onde encara o Atlético/MG.

04 abr 2002 | 00H25

Sem medo de jogar para frente na casa do adversário, o Bahia arrancou um empate com a Portuguesa/SP, por 2×2, nesta quarta-feira, no Canindé, e garantiu vaga nas quartas-de-final da Copa do Brasil. Os gols do Tricolor foram marcados por Sérgio Alves e Bebeto. Sinval e Alex Afonso descontaram para a Lusa.

O oponente do Esquadrão de Aço na próxima fase da competição mais importante do país no primeiro semestre é o Atlético/MG, que eliminou o Internacional/RS. A ordem do mando de campo nos dois confrontos vai ser decida em sorteio pela CBF. O Bahia é o único representante do futebol nordestino ainda no certame.

Dispersos no gramado, talvez pela comodidade da larga vantagem aberta em Salvador (3×0), os jogadores do Bahia começaram dando espaço para a Lusa criar perigosas jogadas ofensivas.

Já aos 5 minutos, Ricardo Oliveira recebeu livre na área, disparou uma bomba e só não abriu o placar graças a uma intervenção milagrosa de Emerson.

Quatro minutos depois, o mesmo Ricardo Oliveira, principal jogador da Lusa, que desfalcou seu time no jogo de ida, passou por Ramalho na direita, invadiu a área, mas adiantou demais a bola e acabou desarmado por Marcelo Souza.

Enquanto a Portuguesa atacava, o Bahia errava muitos passes no meio, não conseguia criar jogadas de ataque e falhava na marcação. A situação despertou a fúria do técnico Bobô, que não parava de reclamar da atuação ruim de seus comandados.

A bronca do chefe acordou o Tricolor, que melhorou e equilibrou a partida. Prova disso foram duas boas chance perdidas por Nonato e outra por Preto.

Aos 21 minutos, Nonato recebeu lançamento na área, dividiu com o goleiro, mas a bola voltou a sobrar para ele na esquerda. Quase sem ângulo, o atacante chutou direto para o gol e Bosco espalmou.

Um minuto depois, Preto chutou forte em cobrança de falta da meia-lua da grande área, a barreira abriu, mas Bosco conseguiu fazer outra boa defesa.

Aos 25 minutos, Sérgio Alves recebeu na direita e cruzou para Nonato, livre no meio da área. Ele dominou, mas bateu em cima de Bosco.

Como o Bahia adotara uma postura corajosa, pressionando o adversário em seus domínios, parecia uma questão de tempo que o Tricolor marcasse seu gol. E ele acabou acontecendo aos 35 minutos – Daniel cruzou da direita, Nonato furou, mas Sérgio Alves fuzilou para o fundo das redes, para fazer o primeiro dele na Copa do Brasil.

Acuado pelo oponente, com a necessidade de fazer cinco gols para se classificar, o técnico Espinosa resolveu abrir seu time de vez e colocou o atacante Uribe no lugar do volante Souza.

A Lusa ganhou novo fôlego e conseguiu o empate ainda na etapa inicial, aos 43 minutos, com Sinval chutando de fora da área e contando com a sorte da bola ter desviado na zaga e encoberto o goleiro Emerson. Foi o primeiro gol sofrido pelo Bahia na Copa do Brasil 2002.

No intervalo, Espinosa ousou ainda mais, trocando o lateral-direito Márcio Goiano por mais um atacante, Edson Araújo. Mas quem pensou que o jogo iria pegar fogo com o ímpeto ofensivo da Lusa se enganou.

Apesar de ter maior posse de bola, o time da casa esbarrava na forte marcação do Tricolor, armado para explorar os contra-golpes.

A Lusa só assustava com chutes e cruzamentos de fora da área. Quando a zaga do Bahia não afastava, Emerson demonstrava segurança, competência e elasticidade para evitar o gol.

O Bahia começou a mostrar que a tática adotada na segunda etapa poderia dar certo e ampliar ainda mais sua vantagem aos 13 minutos – Robgol caiu livre pela direita. Nonato e Sérgio Alves esperavam cruzamento na área. O artilheiro cruzou, mas a zaga cortou. O lance mostrou a vulnerabilidade do setor defensivo do rubro-verde.

Aos 23 minutos, foi a vez de Ramos (que entrou no lugar de Robgol, machucado) surpreender a Lusa, fazendo grande jogada pela direita, deixando o marcador na saudade, indo à linha de fundo e cruzando para o corte dos zagueiros, que se recuperaram a tempo de impedir o gol de Nonato, que esperava para finalizar.

A rapidez do contra-ataque tricolor era tanta que, aos 32 minutos, a zaga da Lusa parou pedindo impedimento de Daniel, que avançou em direção à área e, na saída de Bosco, tocou para Bebeto Campos desviar para o gol vazio, fazendo Bahia 2×1.

O gol deu mais tranqüilidade ainda ao Tricolor, que passou a administrar o resultado. Só que a comodidade foi tanta que, aos 41 minutos, a zaga baiana vacilou e permitiu que Alex Afonso subisse livre para completar lançamento e, de cabeça, voltar a deixar tudo igual.

Não satisfeito com o gol, Alex Afonso deu uma entrada violenta em Mantena e foi expulso. Felizmente, o lateral não se machucou gravemente e a festa do Bahia pôde ser completa ao apito final de Álvaro Coelhas.

foto: ligadonordeste.com