Bobô deixa comando técnico do clube que o projetou para o futebol, o lançou como dirigente e treinador, com status de ídolo e apoio da torcida e da diretoria.
Um dos maiores ídolos da história do Esporte Clube Bahia, o ex-craque Bobô deixou o comando técnico do time de futebol do Tricolor, na noite desta quarta-feira, após a derrota por 2 a 1 para o Figueirense – a segunda consecutiva na Fonte Nova no Campeonato Brasileiro 2002. O ídolo exercia a função desde o início deste ano.
Apesar do clima triste que tomou conta de todos no clube com sua saída, Bobô deixa o comando técnico do Bahia com a sensação de dever cumprido e com a certeza de que continua com o prestígio de quem foi e é um dos principais personagens da gloriosa trajetória do Esquadrão de Aço – Bobô pode ter certeza que, nem a diretoria, tampouco os torcedores, vão esquecer tudo o que ele fez pelo clube, onde foi jogador, treinador e dirigente.
Bobô no Bahia
Como técnico, em apenas sete meses, sua primeira experiência na profissão, Bobô levou o Bahia à conquista do Bicampeonato do Nordeste. Além disso, classificou o Esquadrão entre os oito melhores nas duas competições nacionais disputadas no ano: Copa dos Campeões e Copa do Brasil, onde o clube fez a melhor campanha de todas as edições. No total, Bobô comandou o Tricolor em 46 jogos, dos quais, venceu 21, empatou 11 e perdeu 14 (88 gols pró e 63 contra) – aproveitamento de 54% dos pontos disputados.
Como dirigente, em três anos no cargo de coordenador das Divisões de Base, Bobô liderou uma verdadeira revolução no departamento, transformando as categorias de base do Tricolor numa das mais modernas e estruturadas do Brasil.
Como jogador, em duas passagens, que somadas duraram cinco anos, o clássico e talentoso meia Bobô conseguiu três títulos estaduais e, com sua maestria, sendo capitão da equipe, comandou o Bahia em sua mais significativa conquista – o Campeonato Brasileiro de 1988. Para muitos, ele foi o maior dos jogadores a vestir o manto sagrado azul, vermelho e branco.
Portas abertas
Por tudo o que representa e realizou e pelo fato de ser um verdadeiro patrimônio do clube, tamanha a relação de identidade que construiu ao longe de sua vida no Bahia, a diretoria respeitou e acatou a decisão de Bobô, quando resolveu entregar o comando técnico da equipe. Os dirigentes não esquecem, contudo, de reconhecer sua importância, caráter e competência, e, por isso, deixam abertas as portas do Bahia, que Bobô bem sabe – é e sempre será a sua casa.