Notícias

Dá-lhe Bahêa

Com golaço aos 43 do 2º tempo, Tricolor despacha o Palmeiras em pleno Parque Antártica e consegue sua primeira vitória fora de casa no Brasileirão.

14 set 2002 | 18H24

Foi sofrida, suada, difícil, mas espetacular, aliás, como tudo de bom que marca a gloriosa história deste clube fantástico. Assim foi a primeira vitória do Bahia fora de casa no Brasileirão 2002, sobre o Palmeiras, por 2 a 1, na tarde deste sábado, em pleno Parque Antártica.

O Tricolor foi melhor durante toda a partida, saiu na frente, não recuou e continuou pressionando. O Bahia perdeu uma série de chances de gols, acabou sofrendo o empate, mas, com muita garra e luta, conseguiu marcar a gol do triunfo, aos 43 minutos, num belo arremate de Geraldo.

Com o resultado, o Esquadrão de Aço ganhou cinco posições no Campeonato Brasileiro, saindo da 22a para a 17a posição.

O jogo

Ignorando o fato de estar jogando fora de casa, contra uma equipe que necessitava do triunfo a qualquer custo e que, apesar da situação difícil era acompanhado por um bom público, o Tricolor começou bem o jogo.

Logo aos 2 minutos, Geraldo deu uma ótima assistência para Nonato na área, mas ele se atrapalhou no domínio e acabou chutando em cima da zaga, o que facilitou a interceptação de Marcos.

Se aproveitando do nervosismo e das falhas da defesa alviverde, o Bahia continuou criando. Aos 5 minutos, Ramos cruzou da direita, na medida para Nonato, livre de marcação na área. O atacante bateu de primeira, mas não conseguiu imprimir força ao chute, que resultou numa defesa fácil do pentacampeão mundial.

Dominando amplamente a partida, fazendo uma marcação forte no meio e aproveitando os contra-ataques, o Campeão Brasileiro de 1988 abriu o placar aos 14 minutos, graças ao sucesso de uma cobrança de falta ensaiada. Geraldo cobrou da direita, rolando a bola rasteira para o meio da área, onde encontrou Gil Baiano. Ele bateu de primeira e fez seu segundo gol no Brasileirão.

Cinco minutos depois, num lance parecido, o Bahia quase ampliou. Desta vez, Gil Baiano, da esquerda, foi quem rolou a bola rasteira para o meio da área em cobrança de falta. Geraldo também chutou de primeira, mas sem força, e Marcos segurou fácil.

O Palmeiras só acordou aos 22 minutos, quando o colombiano Muñoz colocou a bola entre as pernas do marcador e cruzou para Dodô, mas Marcelo Souza se antecipou ao atacante e fez o corte.

Os donos da casa criaram sua melhor chance aos 24 minutos. Dodô foi lançado na área e chutou na saída de Emerson, que saiu bem do gol, fechando o ângulo.

O Tricolor deu a resposta aos 26 minutos, desperdiçando uma oportunidade de ouro. Após lançamento para a área, a bola desviou na zaga e sobrou limpa para Geraldo na esquerda, cara-a-cara com o gol. Ele bateu cruzado, para fora.

Um minuto depois, o Bahia perdeu mais um gol. Gil Baiano entrou na área pela direita, passou por Marcos e chutou. Leonardo fez o corte, se atrapalhou com Alexandre na saída de bola, chutando em cima de Daniel, que levou a pior na disputa de bola pelo alto.

As 33 minutos,foi a vez do Palmeiras assustar. Muñoz deu um lençol em Daniel no meio, avançou, se livrou da marcação de Valdomiro, entrou na área e rolou para Zinho. Daniel se recuperou e travou o chute do tetra-campeão mundial.

Aos 41 minutos, o verdão literalmente jogou para o alto sua melhor chance de marcar. Nenê ajeitou para Dodô na área, mas ele bateu por cima do gol de Emerson.

No segundo tempo, a esperada reação Palmeirense não aconteceu nos primeiros minutos, como se esperava. Foi o Bahia quem voltou melhor e muito melhor. O Tricolor envolvia a zaga adversária com passes rápidos e precisos.

Jogando assim, o Esquadrão criou várias oportunidades de até mesmo aplicar uma goleada histórica em pleno Parque Antártica, mas falhou na hora da finalização. Confira, nas linhas que se seguem, o verdadeiro show de gols perdidos pelo Bahia e a sua consequência.

Aos 20 segundos, Calisto foi até a linha de fundo e cruzou. A bola passou por Nonato, mas não por Gil que, na pequena área, chutou para fora.

Aos 8 minutos, Gil invadiu a área pela direita, tentou a finta em César, mas acabou chutando em cima do zagueiro.

Um minuto depois, Nonato recebeu na esquerda, dentro da área, e chutou de primeira. Marcos faz uma defesa fenomenal.

Aos 10 minutos, Gil Baiano cobrou escanteio no primeiro pau. Valdomiro subiu mais que todo mundo, mas cabeceou para fora.

Aos 18 minutos, após contra-ataque rápido, Gil recebeu na direita e cruzou para Nonato. Ele ajeitou para Bebeto, na área, que bate em cima da zaga.

Aos 21 minutos, novamente Bebeto Campos perdeu uma chance inacreditável. Nonato recebeu lançamento na direita e rolou para a esquerda, onde encontrou Bebeto absolutamente livre. Ele teve tempo e espaço para dominar, entrar na área e esperar a saída de Marcos, mas chutou para fora.

Aí foi demais. Os Deuses do futebol não agüentaram a falta de competência do Tricolor e entraram em ação, colocando em prática um velho e batido ditado, mas que dificilmente não reflete a realidade deste esporte apaixonante – “quem não faz toma”.

Assim, aos 26 minutos, após cobrança de falta de Leonardo, da direita, Alexandre desviou de cabeça e deixou tudo igual.

Com o empate, o Palmeiras cresceu e passou a dominar a partida, empurrado por sua torcida. Aos 26 minutos, na pequena área, Dodô cabeceou para fora, aproveitando cruzamento da direita.

Porém, quando a Nação Tricolor já esperava pelo pior, o castigo da virada palmeirense, A parcela tricolor dos Deuses do futebol resolveram fazer justiça, aos 43 minutos do segundo tempo.

Daniel fez uma jogada espetacular pelo direita, puxou para a o meio e enfiou ótima bola para Geraldo, no lado esquerdo da grande área. Ele dominou e chutou forte, no ângulo superior direito de Marcos, que nada pôde fazer – um golaço, o primeiro de Geraldo com a camisa do Bahia, que decretou a primeira vitória fora de casa do clube no Brasileirão 2002 e uma explosão de alegria e emoção nos 5 milhões de tricolores espalhados pelo mundo.