Com dois tentos antológicos, Geraldo e Bebeto Campos dão triunfo ao Bahia sobre o São Paulo. Tricolor está a seis posições da zona de classificação do Brasileiro.
Dois golaços antológicos deram a vitória ao Bahia sobre o São Paulo, na Fonte Nova, por 2 a 0, nesta quarta-feira, e iniciaram a arrancada do Esquadrão de Aço rumo à classificação no Campeonato Brasileiro de 2002. Com o resultado, o Tricolor ganhou mais três posições e agora é o 14o colocado. Em duas rodadas, o Bicampeão Brasileiro ganhou oito posições no certame e está cada vez mais perto dos líderes.
Os autores das verdadeiras pinturas, assistidas pelos 35 mil torcedores tricolores presentes ao estádio – recorde do Bahia no Brasileirão 2002 – foram os meias Geraldo e Bebeto Campos, no segundo tempo. O Tricolor volta a jogar pela competição no próximo domingo, contra o São Caetano, na casa do adversário. Após o jogo, a Nação Tricolor invadiu as ruas da cidade e começou um verdadeiro carnaval fora de época em Salvador.
O jogo
O predomino da marcação ditou o ritmo do início da partida, que foi marcado por muitas faltas e poucos lances de ataque até os 14 minutos. Antes disso, a única jogada que tinha levantado a galera das arquibancadas aconteceu aos 5 minutos, quando Geraldo invadiu a área, foi derrubado, reclamou pênalti, mas o árbitro não deu.
O lance que esquentou a partida foi protagonizado por Luís Fabiano, aos 14 minutos. Ele deu um lençol em Vadomiro no meio e tocou para Kaká, que prendeu a marcação e devolveu para o atacante. De cara para o gol, Fabiano chutou por cima.
O Bahia acordou em seguida, aos 16 minutos. Geraldo enfiou ótima bola para Gil Baiano na área. Ele dominou e bateu cruzado, em cima da zaga.
Aos 21 minutos, o penta-campeão Kaká, responsável pela boa presença de mulheres na Fonte Nova, voltou a aparecer no jogo. Ele dominou na intermediária, passou por Ramos e chutou forte, para fora.
Dando seqüência ao “toma lá, dá cá”, um minuto depois, Daniel enfiou para Nonato na área, que, mesmo marcado, chutou, mas a bola bateu na marcação e saiu.
Saindo com rapidez nos contra-golpes, fazendo uma marcação precisa no meio de campo e tendo uma defesa sólida, que não dava espaço aos atacantes são-paulinos, o Bahia passou a ter o domínio total e começou a encurralar o adversário.
Aos 35 minutos, os donos da casa promoveram uma verdadeira blitz à meta paulista. Daniel cruzou da direita. Nonato foi desequilibrado pelo marcador e não conseguiu cabecear. Ainda assim, a bola sobrou na esquerda para Geraldo. O goleiro Rogério saiu desesperadamente, veio até a lateral do campo para marcar o meia e foi driblado. Geraldo cruzou para Nonato, sem guarda-metas, mas o atacante furou. Ramos pegou a sobra e mandou um belo chute de fora da área, mas a bola sai pelo fundo.
Aos 41 minutos, começou o show particular do penta-campeão Rogério Ceni. Primeiro, ele fez uma defesa monumental após cabeçada de Gil Baiano, quase na pequena área.
Depois, aos 43 minutos, o goleiro defendeu um pênalti cobrado por Nonato e cometido por Régis, que meteu a mão na bola após um cruzamento para a área.
Abatido com o pênalti perdido, o Bahia não começou bem o segundo tempo. O time da casa afrouxou a marcação e começou a dar espaço para os paulistas, que criaram boas chances de marcar.
Logo no primeiro minuto, Jorginho passou por Ramos, invadiu a área e chutou. Emerson saiu bem do gol e salvou a pátria baiana.
Dois minutos depois, foi a vez de Leandro ser acionado livre pela esquerda, na área. O que salvou o Bahia foi a incompetência do atacante, que pegou mal na bola e chutou para fora.
O Bahia respondeu aos 6 minutos, quando Gil dominou a bola na área, girou e bateu no canto. Rogério defendeu.
Após o susto inicial, o Esquadrão se acalmou, voltou a exercer uma forte marcação e a explorar os contra-ataques.
Mas a zaga do Tricolor voltou a bobear, os 20 minutos, deixando Luís Fabiano receber livre na área e chutar na saída de Emerson, que fez um verdadeiro milagre. Jorginho ainda pegou o rebote, mas chutou em cima de Valdomiro – foi a última bobeado do Bicampeão do Nordeste.
Depois do lance, a defesa não deu mais a mínima chance para os paulistas. Porém, os atacantes do Bahia não conseguiam transpor a forte barreira montada na retaguarda do São Paulo.
A vantagem dos zagueiros são-paulinos durou até os 30 minutos – eles não resistiram ao talento e à genialidade de Geraldo. O meia recebeu na esquerda, passou por um, deu uma finta desconcertante em outro, que caiu no chão, invadiu a área e chutou no cantinho de Rogério, pra incendiar a galera e fazer 1 a 0.
Após abrir o placar, o Bahia segurou o ímpeto do São Paulo, administrou o resultado até os 47 minutos, quando Bebeto Campos arriscou um chute de fora da área e acertou o ângulo superior esquerdo de Rogério, que nem se mexeu – foi a deixa para o início da festa da imensa e apaixonada Nação Tricolor pelas ruas de Salvador.