Experiência é o que não falta a Candinho, novo treinador do Bahia, contratado pela diretoria do clube na manhã desta quinta-feira. Há 28 anos exercendo a profissão, o treinador já trabalhou em 18 clubes e duas Seleções, construindo uma carreira vitoriosa, graças a um trabalho sério, honesto e competente.

Os principais feitos da longa trajetória foram – a classificação, pela primeira vez, da Arábia Saudita para a Copa do Mundo, em 1994; o vice-campeonato Brasileiro de 1996, pela Portuguesa/SP; a 3a colocação no Brasileiro de 1990, no Bahia; e os títulos da Copa América e do Pré-Olímpico, como auxiliar técnico da Seleção Brasileira. Confira, abaixo, um resumo da carreira de Candinho, que começa a trabalhar no Bahia, pela terceira vez, nesta sexta-feira.

A carreira

José Cândido Sotto Maior, mais conhecido no mundo do futebol como Candinho, nasceu em 18 de janeiro de 1945, em São Paulo. Começou sua carreira futebolística como jogador – era zagueiro. Candinho defendeu Palmeiras/SP (divisão de base e profissional – 1960 a 1965 e 1967/68) e Paulista de Jundaí (1966), no Brasil. Atuou também pelo exterior, no Valência, da Venezuela (1969) e Olimpique, do Canadá, em 1970, quando pendurou as chuteiras. Como atleta, foi Campeão Paulista de Juniores, de Aspirantes (no Palmeiras) e da 2a Divisão (pelo Paulista); e vice-campeão venezuelano.

Mas foi como treinador, a partir de 1976, que Candinho passou a brilhar. Ingressou na profissão na equipe juvenil do Palmeiras. Passou ainda por Catanduvense/SP (77), XV de Jaú/SP (78) e São Bento/SP (79), antes de chegar ao Juventus/SP (82), quando começou a figurar entre os grandes técnicos do país, ao comandar o “moleque travesso” na conquista da Taça de Prata, a Segunda Divisão do Brasileiro.

Com a projeção, Candinho ganhou uma oportunidade na Portuguesa/SP, em 1983 – a primeira de suas cinco passagens pelo clube que mais treinou. Antes de seu primeiro trabalho no Bahia, em 1990, Candinho comandou América/SP (84), Al Helal, da Arábia Saudita, duas vezes (84/85 e 88/89), Juventus/SP (86), Seleção Paulista (1986), Grêmio/RS (86), Santos/SP (87) e Flamengo/RJ (88).

No Bahia, em 1990, à frente de um grupo que tinha como principais estrelas os craques Charles, Luís Henrique e Naldinho, Candinho conseguiu levar o Tricolor ao 3o lugar do Campeonato Brasileiro. O Esquadrão de Aço só foi eliminado pelo Corinthians, que acabou sagrando-se Campeão Nacional naquele ano. Em 1991, Candinho voltou ao Bahia, também durante o Brasileirão, tirando a equipe da última colocação para terminar o certame como nono colocado.

Antes de retornar ao Tricolor agora, Candinho esteve no Bragantino/SP (91/92), Seleção da Arábia Saudita (92/93), Guarani/SP (94), Portuguesa/SP (94/95, 96/97, 98 e 2001), Santos/SP (96), Vitória/BA (97), Corinthians (97 e 99) e foi auxiliar técnico de Vanderlei Luxemburgo na Seleção Brasileira (98 a 2000).

Candinho conseguiu um feito histórico no futebol saudita – foi o primeiro técnico a classificar a Seleção do país para uma Copa do Mundo, a de 1994, nos Estados Unidos, deixando para trás outros 23 países árabes e asiáticos que lutavam por uma vaga no maior evento do futebol mundial.

Após a demissão de Luxemburgo, Candinho chegou a exercer a função de treinador do Brasil, na goleada por 6 a 0 sobre a Venezuela, em outubro de 2000, na cidade de Maracaibo, pelas eliminatórias da Copa de 2002. Apesar dos insistentes convites da CBF, Candinho recusou continuar no cargo, por lealdade ao colega demitido. Como auxiliar de Luxemburgo, Candinho obteve os títulos de Campeão da Copa América (99) e Campeão Pré-Olímpico (2000).

Títulos como treinador

Taça de Prata (82), Copa da Federação Árabe (84/85), Copa da Arábia e Copa do Rei (84/85 e 88/89), Torneio Início do Campeonato Paulista (86), Torneio de Marselha (87), Torneio de Colombino/ Espanha (88), Torneio de Cades/Espanha (97) e Vice-Campeonato Brasileiro (96).